Essa não é mais uma história sobre uma Guerra Santa. Esta é a história do cavaleiro que mudou as regras, alterou o destino e provocou a ira dos deuses. Uma história de laços de amizade que custam a se partir. Conta-se que esses Santos de Ouro foram os mais poderosos que já serviram à deusa Atena e que o Grande Mestre daquela geração tinha o poder mais temível.

CAPÍTULO I – Prólogo

Desde as eras mitológicas, a terra tem sofrido com o ataque de deuses que querem dominá-la. Dentre eles, Poseidon, Hades, e muitos outros deuses, grandes ou menores, tentaram conquistar esse planeta. Zeus, pai de todos os deuses, entregou a superfície da terra e o cuidado dos humanos à sua filha, a deusa Atena, enquanto Poseidon recebeu o domínio dos mares e Hades, o domínio do submundo. Há incontáveis tempos, Zeus retirou-se para um descanso e, durante todo esse tempo, Atena suportara ataques de diversos inimigos, que por muitas vezes colocaram a vida dos humanos em risco.

Atena resolveu escolher jovens de grande coragem para ajudar nas batalhas. Mas eles acabavam morrendo em combate, pois a deusa não aprovava o uso de armas. Assim, ela providenciou que fossem criadas armaduras para estes guerreiros, a fim de que o número de baixas diminuísse e que eles pudessem enfrentar seus inimigos de igual para igual mesmo sem o uso de armas.

Estes bravos guerreiros se valiam do poder de seus cosmos em suas batalhas. Com tal poder, eram capazes de rasgar os céus e partir a terra. Eles ficaram conhecidos como Cavaleiros de Atena! Cada um protegido por uma das 88 constelações do céu! A cada geração, novos guerreiros nascem e renascem para cumprir o seu destino como cavaleiro.

A cada 200 anos aproximadamente, Atena nasce na terra como uma humana, com o objetivo de proteger o planeta de perto. Mas nessa era, a filha de Zeus ainda não apareceu. O número de cavaleiros ainda está abaixo do que se esperaria para uma Guerra Santa, que parece aproximar-se.

O atual Grande Mestre do Santuário, sentindo que esta era está vivendo um momento decisivo, envia dois cavaleiros para uma missão de reconhecimento, Van Quine de Gêmeos e William de Altar.

A missão deles é verificar a origem do cosmo maligno que tem causado desequilíbrio na terra. Mas essa missão selará o destino de cada um desses bravos guerreiros.

Preocupado com o destino do planeta, o Grande Mestre convoca um cavaleiro de bronze, que ele mesmo treinou para prepará-lo para enfrentar o seu destino. Amauri, o cavaleiro de Fenix, se apresenta ao seu mestre.

– Mestre, eu vim assim que me chamou. – Disse o cavaleiro, que se ajoelhava em sinal de respeito.

– A minha era está chegando ao seu fim, e a terra que conhecemos sofrerá grandes mudanças. – Disse o Grande Mestre. E acrescentou: “Chegou a hora de fazê-lo enfrentar o seu destino como cavaleiro”.

– Amauri, cavaleiro de Atena! Como Grande Mestre desse Santuário, e representante da deusa Atena, eu te promovo ao posto Cavaleiro de Ouro! De hoje em diante, cumprirá seu destino como Cavaleiro de Ouro da Constelação de Libra!

Essas palavras, pronunciadas pelo Grande Mestre eram inacreditáveis para aquele jovem cavaleiro!

Amauri sabia que atualmente, a situação do Santuário crítica e o contingente de pessoal era limitado. O Grande Mestre havia sido o único sobrevivente de uma dura batalha contra Poseidon no passado. Hades ainda não havia despertado nessa era, mas algo também incomodava o jovem cavaleiro de Fenix. Ele podia sentir que aquela era mudaria drasticamente, e que esse momento parecia estar próximo.

– Amauri, receba esta armadura como prova de sua lealdade a Atena!

Naquele momento, a armadura de Fenix deixou o corpo do cavaleiro, e ele pôde ver sua cloth montada a sua frente. Foi quando o brilho dourado tomou conta do lugar. Era o brilho mais intenso que ele já pudera ter visto. A sagrada armadura de Libra se apresentava diante dele. Com um brilho intenso e ao mesmo tempo caloroso. De repente, ela se desprendeu e vestiu o corpo do agora Cavaleiro de Ouro. Amauri agora é o novo cavaleiro de Libra.

Ao mesmo tempo, num local distante, ao oeste do Japão, próximo a alguma planície, se encontram William e Van Quine.

– Van Quine, é certo que o poder maligno que o Grande Mestre sentiu está bem próximo daqui. – Disse William

– É o que parece. – Respondeu Van Quine, com um olhar de quem não estava surpreso, mas ansioso. E acrescentou. – No entanto, não havia necessidade de enviar dois cavaleiros para esta missão. Eu mesmo poderia resolver sozinho.

– Ora, ora. Mas que mal humor. As ordens do Grande Mestre são absolutas. Como pode pensar em questioná-las? Ainda mais você que é o discípulo número um dele e herdeiro de sua armadura, Van Quine de Gêmeos.

O rosto de Van Quine permanecia inexpressivo. E aquela situação também incomodava William. Como cavaleiro de prata de Altar, seu poder era comparável ao de um cavaleiro de Ouro. Mas sua função era ser o braço direito do Mestre. Apesar de dizer que Van Quine era o discípulo número do Mestre, William também era discípulo dele e, portanto, companheiro de treinamento de Van Quine e Amauri. Estes eram os únicos cavaleiros a disposição do Grande Mestre, que ficou encarregado de cuidar para que Atena tivesse seu exército fortalecido na próxima Guerra Santa.

APRESENTANDO VAN QUINE DE GÊMEOS

Um jovem de aparência rústica, cabelos prateados apontados para cima, e ao mesmo tempo longo, olhos cinzas, sempre de pose imponente, de personalidade difícil, e de um poder inquestionável. Van Quine de Gêmeos foi o primeiro discípulo do Grande Mestre. Desde criança impressionava. Sua habilidade chegava a assustar as pessoas, que não compreendiam seu poder. Até mesmo seus pais tinham medo do que seu filho se tornaria. E esse medo que sentiam fez com que o abandonassem quando ele tinha apenas 10 anos. Sozinho e assustado, Van Quine sobreviveu. Vivia de pequenos furtos que praticava na região em que fora abandonado. Quando seus pequenos delitos começaram a gerar muito alvoroço naquela região, ele fugiu sem direção. E isso sempre se repetia. Uma vez que chegava a um lugar, praticava seus delitos e quando a situação já não favorecia mais, ele se mudava. Aos 12 anos, Van Quine já não era mais criança. Sua infância já tinha sido roubada. E seu coração era cada vez mais frio.

Certa vez, ao furtar uma tenda de pães, Van Quine foi perseguido por várias pessoas, e mesmo sendo rápido, acabou ficando cercado. Acuado e com medo de ser pego, ele partiu em direção as pessoas para enfrentá-los. Naquele momento, para aqueles que entendem a essência do cosmo interior, foi possível sentir um cosmo agressivo e totalmente descontrolado. De trás da multidão, uma pessoa avançou e segurou Van Quine, antes que ele pudesse ferir alguém. Um homem, de olhos castanhos claros, estatura mediana, cabelos castanhos, de porte físico bem preparado, e com alguns cabelos grisalhos. O homem aparentava ter uns 40 ou 50 anos, embora seu vigor físico mostrasse o contrário. Tirou dinheiro de seu bolso e pagou o dono da tenda de pães, enquanto ainda segurava o garoto, que não conseguia entender o que estava acontecendo.

– Porque é que você não me solta?! Eu não pedi a sua ajuda! Quando você me soltar, eu acabo com você, velhote! – Disse o garoto mal educado.

– Você vai acabar comigo, garoto? – Disse aquele senhor enquanto olhava diretamente nos olhos do pequeno rapaz enfurecido.

O homem soltou o garoto no chão, que agora estava em dúvida se o atacaria ou não. Aquele olhar de antes fora profundo demais, como se pudesse ter visto dentro da sua alma. A raiva de Van Quine fora substituída por uma certa hesitação. Não sabia como proceder.

– Deixe-me contar uma coisa garoto. Você tem que tomar mais cuidado com as pessoas. Se atacar a todos que te estendem a mão, quem lhe estenderá a mão quando realmente for necessário? – Perguntou o homem, enquanto de sentava no chão.

O garoto se sentiu ofendido. – Você é idiota ou o quê? Você nem me conhece e vem falar essas merdas pra mim? Fique você sabendo…

– Cale-se! – Gritou o homem.

Aquele grito não apenas silenciou o garoto, como lhe gelou a alma. Era como se ele tivesse recebido um golpe e seu corpo todo tivera sido afetado. Van Quine não conseguia se mover. Não avançava e nem recuava.

– Não interrompa alguém mais velho, enquanto este estiver falando. E apenas responda se algo lhe for perguntado. É assim que crianças devem agir. – Finalizou o homem.

Aos poucos, Van Quine conseguia sentir seus músculos novamente, e foi se ajoelhando, a cair ao chão e sentou-se sobre as próprias pernas. E, sem nenhum motivo aparente, começou a chorar, e não conseguia se levantar.

– Você se acha forte apenas porque consegue sobreviver. – Comentou o homem.

– Não. Você não sabe nada sobre mim. Se soubesse, não estaria aqui. – Falava o garoto que desviava o olhar.

– Ao contrário rapazinho. É exatamente porque eu sei algo sobre você que eu estou aqui. Estava pensando se não gostaria de me acompanhar. – Disse o homem, com um aspecto diferente na face.

Aquele convite chamou a atenção de Van Quine, afinal, não era comum que alguém quisesse estar perto dele.

– Está brincando comigo? – Perguntou o jovem. – Nem a minha família me quer por perto, porque eu sou um monstro. As pessoas não gostam de gente como eu. Eles têm medo do que não podem entender. Eles têm medo do que não podem enfrentar.

– Mas eu posso entender você. – Interrompeu o homem. Que também acrescentou: – E não só entendo, como não sido medo algum de você. Por que eu iria temer um moleque assustado que só sabe gritar.

– Você acha que me compreende? Então, eu vou te mostrar o verdadeiro terror. – Disse o menino Van Quine, que agora parecia diferente. Se levantava, e ia na direção do homem.

O homem permaneceu sentado na mesma posição enquanto observava aquele garoto partir em sua direção. O cosmo do garoto estava oscilando. Ora parecia poderoso, ora desaparecia. Até que se estabeleceu em um nível perigoso. Era agressivo, destrutivo e ameaçador. Mas o homem não mudou sua posição. Van Quine avançou em direção e ao chegar perto acertou um chute na cabeça do homem. Resquícios de cosmo puderam ser percebidos.

– Você consegue ver? – Perguntou o homem, que nem havia se movido.

Van Quine ficou surpreso e recuou.

– Quem é você, velhote? – Perguntou o rapaz, cerrando os punhos.

– Guarde seus punhos fracos. Não tenho interesse em surrar um fracote como você. Você acha que o que você faz é de assustar, mas não vejo ninguém aqui mais assustado do que você mesmo. Você não é o único que é especial. – Falava o homem enquanto se levantava. – Eu vou perguntar pela última vez… gostaria de me acompanhar?

Van Quine não reagiu.

O homem continuou. – Você diz que as pessoas não te entendem. Mas, e você? Será que você se entende? Não se preocupa em saber o que há com você? Por que você é diferente? Por que é especial? […] Eu tenho as respostas. Se você estiver pronto para elas. Embora… você seja apenas uma criança.

– Hei, velhote. Você fica aí falando que eu não tenho educação. Mas você nem me disse o seu nome. – Disse Van Quine, agora mais calmo.

– Meu nome? – O velho riu descontroladamente. Sua risada era um tanto estranha e espalhafatosa, causando vergonha alheia a quem estivesse junto. – Meu nome é Átila. Mas você pode me chamar de Mestre.

Assim, Van Quine se tornou o primeiro discípulo do Mestre Átila.

Já sentiu alguma vez seu cosmo interior?

Baseado na obra de Masami Kurumada, todos os direitos reservados ao mestre.

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